Construção Industrializada: A Resposta Sustentável e Acessível a Todos

José Martos, CEO da Saint-Gobain Portugal, pondera sobre os desafios e oportunidades do futuro deste conceito num artigo de opinião.
Na tentativa de contribuir para uma experiência de bem-estar na sociedade, todos os projetos devem assentar numa lógica de longo prazo.
Tal fator é crítico no setor da construção, já que a habitação é o grande companheiro de vida de todos nós. Adotando esse pensamento, é essencial ter em conta as prioridades e os desafios das gerações presentes, pois são estas que ambicionam ter uma casa no futuro.
Deste modo, arrisco a previsão de que um edifício, ainda antes de estar construído, deverá contemplar a simbiose da tecnologia e da sustentabilidade, a par com a acessibilidade financeira. Estes são princípios fundamentais para os jovens e que podem ser encontrados na construção industrializada.
Na ótica dos processos construtivos, ao contrário da construção tradicional, esta define-se como célere, seja pelos métodos a que recorre, seja pelos materiais e soluções que utiliza, na quantidade certa e ajustados exatamente à função que vão ocupar.
Ao industrializarmos os edifícios, estamos de forma natural a torná-los mais leves e sustentáveis, o que se alinha com a expressiva consciência ambiental das gerações atuais. São estruturas mais ecológicas e eficientes, seja pela menor emissão de CO2, ou pela reciclagem de materiais. Na fase da construção, em média, a percentagem de redução de desperdício no uso de matéria-prima pode ir até 50%, sem nunca descurar os elevados níveis de conforto.
Adicionalmente, em relação ao método tradicional, a construção industrializada apresenta um melhor desempenho, através de ganhos de tempo e produtividade de 20%. Confere igualmente menos esforço das pessoas em obra, diminui o tráfego de transportes e fornecedores de equipamentos e materiais, e assegura maior segurança, isto porque contribui para a mitigação de problemas associados à humidade, ao ambiente e à sujidade.
Com o conceito de cidades inteligentes a ganhar força, os planos incluem certamente as construções através deste método. As técnicas inovadoras que utiliza passam pela construção pré-fabricada, modular, leve ou até pelas simulações em 3D, sendo importante sublinhar que não são técnicas isoladas, mas que podem ser combinadas e usadas em simultâneo.
Todos os fatores elencados, absolutamente primordiais, podem ser encontrados na construção industrializada e respondem às preocupações dos jovens de hoje, que representam o "amanhã". Com uma aposta contínua nos projetos de inovação, cuja articulação é feita em estreita colaboração com parceiros técnicos e instituições universitárias, é possível que os avanços da indústria transformem a utopia dos protótipos ideais em novas tendências com verdadeiras aplicações práticas e acessíveis a todos.
José Martos, CEO da Saint-Gobain em Portugal in Edição Especial Construção Civil & Obras Públicas do Jornal de Notícias.