A história dos edifícios escreve-se com sustentabilidade

Com o intuito de contribuir para um mundo em que esta desempenha um papel nuclear, o prolongamento da vida útil dos edifícios torna-se chave. Afinal, é neles que passamos uma fração considerável do tempo e onde são construídas memórias, tornando-se desta forma indispensáveis fatores como o conforto ou a segurança. Por essa razão, uma das recentes dinâmicas positivas a salientar no mundo da construção passa pela reabilitação.
Ainda assim, a abordagem exaustiva de novas estruturas permanece recorrente e ainda não segue em pleno efeito a preservação do edificado, incluindo os que fazem parte da herança cultural. Antes de tudo, é imperativo responder a uma questão fundamental: porquê a reabilitação? Abrir a porta a esta estratégia é ter acesso a um conjunto de vantagens, desde a correção de patologias ao melhoramento de desempenho e conservação do edifício, sem nunca descurar o sentido estético – aliás, possibilita uma nova 'roupagem'. O desgaste, apesar de inevitável, pode ser combatido.
Durante a fase de concetualização de um projeto de reabilitação, um dos aspetos fulcrais reside na compatibilidade de materiais (entre o existente e o que se lhe vai sobrepor na reabilitação). Existem múltiplas caraterísticas relativas ao edificado existente, principalmente no edificado antigo e histórico, a ter presentes, como a natureza dos materiais, as resistências mecânicas ou a coesão variável.
Além destas, é igualmente vital dedicar cuidado à permeabilidade à água líquida e vapor de água, à heterogeneidade de materiais ou à irregularidade de superfície. Os elementos que vão sobrepor o edificado existente devem possuir a mesma natureza do que se encontra aplicado, de modo a garantir o sucesso da intervenção a longo prazo.
Como nos ensina o provérbio popular, "cada caso é um caso". Assim, a escolha da solução de reabilitação deve ser adaptada às exigências e realidade de cada obra. Especificamente, na reabilitação do edificado antigo e histórico estas caraterísticas revelam-se críticas, dado que com a evolução das exigências na construção, os métodos construtivos e seus constituintes também evoluíram e apresentam uma natureza e caraterísticas distintas do aplicado no passado.
Deparados com todas estas necessidades desenvolvemos a gama webercal e dois sistemas ETICS distintos, webertherm mechanic e webertherm natura, sistemas preparados para dar resposta aos desafios da reabilitação. Sendo à base de cal, a gama apresenta uma redução significativa do impacto ambiental e alta compatibilidade com o edificado antigo e histórico, posicionando-a para a reabilitação destes edifícios em específico – nas construções do passado as argamassas eram à base de cal, os suportes com pouca coesão e heterogéneos e, por conseguinte, com baixa resistência mecânica e com alta permeabilidade ao vapor. Deste modo, baseados na preocupação com a manutenção e por respeito ao passado, é possível continuar a escrever a história dos edifícios nas décadas vindouras, sempre aliados à sustentabilidade.
Carolina Mateus, Gestora de Produto da Saint-Gobain Portugal, S.A. in revista Novo Perfil.